HISTÓRIA DE VIDA

Amberly Brienne Xavier

Sexo: Feminino 

Nascimento: 05/04/2021 

Proveniência: Nampula 

A Amberly é a primeira filha de Alegria Soda e de Brienne Xavier. Nasceu no Hospital Provincial de Nampula, província e distrito de residência da família. Têm poucos recursos.

A mãe teve uma gravidez normal e acompanhada. A bebé nasceu aparentemente saudável, no entanto a mãe reparou logo nos primeiros dias de vida que tinha um dos lados do peito maior. Comentou com as enfermeiras que disseram para não ficar preocupada, iria desaparecer com o crescimento. 

Ao longo do primeiro ano de vida da Amberly, a menina tinha febres constantes e uma respiração acelerada. A mãe levava a bebé ao centro de saúde, mas apenas despistavam a malária e davam medicação para baixar a febre.

Começou a caminhar tarde, estava sempre muito cansada, não brincava e tinha muita dificuldade em respirar. Passou a ter crises fortes, desmaios e respiração fraca. Em Dezembro de 2023 a mãe decidiu levá-la ao Hospital Geral de Marere. Fez uma consulta  com a Irmã Maria. Prescreveu algumas análises e fez um rx, onde detectou problemas de coração. A partir desse momento começaram a organizar os documentos para ser transferida ao Instituto do Coração, em Maputo.

 Chegou ao ICOR em Fevereiro de 2024, foi feito um inquérito social à mãe Alegria para sabermos as condições de vida da família e foi atribuido o médico de cardiologia para avaliar a criança.

Fizeram os exames todos e os médicos confirmaram o problema cardíaco, com o diagnóstico de Tetralofia de Fallot. Precisava de uma cirurgia. No entanto o médico assistente disse que a criança seria submetida primeiramente a um cateterismo. Correu tudo bem. Depois informaram a mãe que tinham de aguardar pela equipa da missão que estava para vir em Março. Esteve realmente na lista das crianças a serem operadas pela missão francesa, mas acabou por não ter sido possível a realização da cirurgia nessa altura. Foi operada em 28 de Maio pela Missão Suiça. A cirurgia correu bem e a recuperação do pós-operatório tem sido muito boa. A mãe até comentou que “ela saiu dos cuidados intensivos a andar até à enfermaria”. No dia da criança já brincava com outras crianças, que também foram operadas pela Missão Suiça.

Após a alta da enfermaria a Amberly e a mãe, sendo de Nampula e, não tendo familiares em Maputo, ficaram na Casa da Criança e vêm diariamente ao ICOR para o controlo médico e verificar a medicação.

Ao relatar a história da filha, a mãe emocionada disse que está muito grata pela oportunidade, sabe que tendo poucos recursos é difícil conseguir esta ajuda e cuidados. Sente-se muito aliviada e agora só tem vontade de voltar para casa. Agradece a toda a equipa do ICOR, são todos muito simpáticos, têm muita atenção e carinho pelas crianças