HISTÓRIA DE VIDA
Inominado Otília Nhantumbo (Aires)
Sexo: Masculino
Nascimento: 18/06/2023
Proveniência: Chibuto
Partilhamos a história do terceiro filho de Otília e do pai Abel. A mãe é camponesa e o pai é professor. A gravidez correu bem e o bebé nasceu, de parto normal, no Hospital Rural de Chibuto.
No dia seguinte ao nascimento do bebé teve alta hospitalar, mas a mãe reparou que o bebé não estava a respirar bem, abria muito as narinas. Falou com as enfermeiras que disseram ser normal por se tratar de um bebé recém-nascido. No terceiro dia começou com tosse, dificuldade em respirar e comer. Foram cinco dias de idas e regresso ao hospital.
A mãe quando voltou novamente ao hospital pela mesma situação do seu bebé, falou com uma médica que verificou que a criança precisava de ajuda de oxigénio e transferiu-o para o Hospital de Chibuto, onde ficou com oxigénio durante uma semana. Teve alta e passados dois dias voltou ao hospital, onde a transferiram para o Hospital Provincial do Xai-Xai com o relatório de broncopneumonia. Aí já não comia, tossia e vomitava. Foi quando resolveram fazer um RX ao tórax e suspeitaram que tinha um sopro no coração. Transferiram o bebé para o Hospital Central de Maputo de ambulância porque tinha de estar sempre com oxigénio. Nesta altura comia pouco e perdia peso.
No segundo dia após chegar ao HCM diagnosticaram um problema no coração. O bebé precisava de uma cirurgia ao coração e para conseguir resistir necessitava de uma reabilitação para aumentar o peso. Tiveram de colocar uma sonda. O bebé esteve quase dois meses internado no HCM, quando resolveram transferir para o ICOR. No HCM já não estavam a conseguir que o bebé ganhasse peso.
Chegou ao ICOR e, após observação, diagnosticaram com CIV (Comunicação Interventricular – é um tipo de cardiopatia congénita), CIA (Comunicação Interauricolar) e Retorno venoso pulmonar anormal. Assim que o bebé foi recebido na enfermaria, apresentava desnutrição grave, dependência de oxigénio desde a nascença. Muito instável, melhorava um dia, no dia seguinte piorava, deixando as enfermeiras de coração na mão. A mãe sempre muito cooperante e extremamente paciente, deprimia, mas nunca desistiu de lutar pelo seu filho. Acreditou sempre em toda a equipa e no trabalho das enfermeiras.
O bebé esteve internado no ICOR durante cinco meses. Aparentemente era um caso perdido, mas a equipa uniu-se e, contra tudo e todos, resolveram operar. O bebé conseguiu ganhar quatro kilos.
Foi um pós-operatório muito difícil. Ficou quinze dias nos cuidados intensivos, mas conseguiu ter forças e recuperou. Foi transferido para a enfermaria e dois dias depois suspendeu-se finalmente o oxigénio e começou a comer sozinho.
No dia da alta a mãe nem queria acreditar, sentiu-se tão bem e emocionada que não tem palavras. Toda a equipa médica foi maravilhosa e agradece ver o seu bebé a crescer bem. Tem um carinho muito especial por todas as enfermeiras, da forma como trataram o seu bebé e a apoiaram nos momentos mais difíceis.